domingo, 19 de dezembro de 2010

O Monstro Debaixo da Cama

Entao umas pequenas obseravações do porque ser especial:
-O conto é todo rimado, como se fosse um poema.
-Ele é experimental, mas tentei dar certa musicalidade, pode não agradar a todos.
-No mais é uma historia comum sobre um monstro debaixo da cama que toma um rumo diferente, acho que não seguiu um rumo clichê para os que temem por isso.
 Quase quando a lua virava sol Roberto ainda babava em seu lençol, vagabundo, ainda morando com os pais, logo teria uma experiência que não esqueceria mais.
 Se revirando nos colchões com preguiça de acordar, um barulho debaixo da cama começou a lhe incomodar.
 Batia, batia e batia mais uma vez, o medo o invadia em pensamentos que iam além da imaginação do pobre vagabundo burguês.
 Com um medo que se tornava mais que um domingo qualquer ele primeiramente pensou em chamar a mãe, Ester, mas relutou com a idéia, achando que poderia acabar sem a mãe essa odisséia;
“É um fato que não preciso da minha mãe para matar um rato”, pensou, porém: “ratos não fazem esse barulho”, e, por fim: “mas onde está o meu orgulho?”
 Com cautela foi ver o que esperava na cama que a pouco deitava. Abaixando-se lentamente e se lembrando de histórias do fundo de sua mente, quando a mãe falava histórias macabras como do chupa cabras, apenas para que tivesse a garantia que ele faria o que ela queria.
 De primeira não achou a causa do estardalhaço, porém quando levantou viu que ao seu lado estava um palhaço.
 Isso aí que você acabou de ler pode ter parecido meio sem sentido, mas Roberto poderia te confirmar o acontecido.
 – Não quero te assustar, só quero brincar, você só precisa ficar aí enquanto faço meu serviço, alguma pergunta ou você já leu sobre isso? Te dou uma opção: quer fazer uma oração ou não? Não sou de nenhuma crença, mas tem gente que venera essa doença, nada contra, nada a favor, gosto de ser simpático, sim, eu sei, sou um ser fantástico.
 O ego do monstro era mesmo respeitável, mas ele era agradável, alguma força que Roberto  não sabia qual fazia ele sentir o afeto que não era normal, na visão dele o monstro era mesmo legal.
De alguma forma o monstro leu o pensamento – pelo jeito ele tinha esse talento:
– Seus pais? Estão bem, só necessito de você, rapaz, só você já me satisfaz, é você a minha janta e eu fico em paz.
 Você pensa que ele devia ter lutado, corrido, chorado, suplicado, mas ele ficou parado, bestializado, não sabendo se dormia ou se estava acordado, um caminho apenas, seu fim se aproximava, sem problemas.
 Uma sensação estranhamente acolhedora pairava sobre o ar, ambos há minutos só estavam a se encarar, quem ia começar a dança da morte? Aquele que é cortado ou o que faz o corte? Será que a vítima estava no seu dia de sorte?
 Estranho como sempre se retrata o encontro do monstro com que o mata, acho isso uma coisa tão chata, ele faz o seu serviço e a vítima tem que aceitar esse compromisso e esse é o caso do protagonista, que por algum motivo aceitava ser o próximo da lista.
 Quem sabe seja do monstro mais um talento natural o de acalmar o animal, do que adianta ser o mais forte se a presa vai recusar a morte, é uma coisa que cansa a qualquer um, do grande demônio até o tal do rato comum, é muito melhor ter sem lutar do que, mesmo sendo forte, tiver que lutar para alcançar.
 É uma coisa poética para ser discutida, mas estamos falando da vida, ela não é bela como nos prometem livros e histórias, mesmo com a vida tendo suas glórias, o pior sempre existe, mas o povo ainda insiste, tem a luz no fim da estrada, só para que você continue a jornada, mas uma jornada sempre leva a mais uma até o fim da vida, como pode ver, não há saída, o fim sempre é triste, mas é o único que existe.
 Era esse o pensamento que passava na cabeça de Roberto agora que o fim estava tão perto: “afinal, se a morte acaba chegando para todo mundo, por que não dar a esse palhaço tão legal?”, sim, um pensamento idiota e limitado, mas ele pensava o que pelo palhaço fosse desejado.
 Agora o nosso vagabundo se arrependia de nunca ter sido nada do mundo, o efeito da mágica tinha acabado, mas agora o medo que era do palhaço um aliado, não conseguia mexer um músculo sequer, porém agora era tarde demais para chamar Ester.
 Em uma cena extremamente estranha ele se posicionou como se fosse uma aranha, seus  dentes começavam a ficar afiados, enquanto isso Roberto rezava para não ser devorado e, se fosse, para que não fosse demorado, a paciência do palhaço tinha acabado agora o que viria é uma cena desagradável de ser descrita, ainda mais quando a vítima tanto grita, mas ainda que acaba rapidamente, porém é uma cena que fica na mente.
 O palhaço agora satisfeito com seu lanche voltava para debaixo da cama, esperar que todos saíssem da casa e ele pudesse logo ir parar em mais uma, talvez, um lanchinho na viagem um pequeno menino inglês.
 Trajetória essa por fim teve um final feliz, pensem no palhaço que conseguiu o que quis.
Fim

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